Um
tumulto foi registrado na manhã desta quarta-feira (19) na Colônia Penal
Feminina do Recife, no Engenho do Meio, Zona Oeste da capital. As internas
colocaram fogo nos colchões e em entulhos, próximo a uma área onde há gás. Com
isso, o Corpo de Bombeiros foi acionado.
Cerca
de 30 policiais entraram na Colônia Penal, com bombas de efeito moral e armas
com balas de borracha para controlar a confusão. "Entramos lá e vimos um
cenário de guerra, mas com a negociação e ação dos nossos policiais,
conseguimos contornar essa situação. Foram entre 2 e 3 horas de intervenção. O
Choque chegou a ser chamado, mas não precisou ser usado", contou Eduardo
Amorim, comandante do 22º Batalhão da PM.
O
tumulto começou por volta das 8h, segundo a Polícia Militar. Na última
terça-feira (18), uma detenta teria sido levada para o castigo e teria sido
agredida por agentes penitenciários, enquanto nesta quarta-feira (19), no café
da manhã, houve um tumulto porque algumas presas não quiseram voltar para as
celas.
Durante
toda a manhã, a movimentação foi grande, com policiais do Batalhão de Choque
entrando e saindo da Colônia Penal Feminina. Quando eles passaram pelo portão
central, foi possível observar que estavam fortemente armados, inclusive
portando bombas de efeito moral. Duas ambulâncias foram acionadas e fizeram o
resgate das presas feridas.
O
juiz Luiz Rocha, da Vara de Execuções Penais, e integrantes da Pastoral
Carcerária permanecem no presídio. Muitos parentes seguem do lado de fora,
aguardando notícias das detentas. Cinco mulheres foram socorridas para unidades
de saúde próximas. Quatro delas, com idades entre 18 e 38 anos, deram entrada
na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá e encontravam-se estáveis,
segundo a unidade de saúde.
Questionado
sobre os abusos que as detentas diziam sofrer, o superintendente de segurança
do Sistema Penitenciário, Clinton Dias Paiva, disse que "a Secretaria de
Ressocialização vai abrir um procedimento administrativo para apurar tudo isso
que aconteceu, não só com o que foi dito pelos Agentes, mas pelas detentas
também". Ele informou ainda que as visitas do fim de semana estão
mantidas.
Veja o vídeo: