Delegados
pernambucanos iniciam uma campanha em outdoors, a partir desta segunda-feira,
denunciando números da violência no Estado. Em assembleia realizada esta manhã,
a categoria decidiu também não mais realizar Operações de Repressão Qualificada
(ORQ). Significa que eles continuarão fazendo investigações, reunido provas e
remetendo os casos para a Justiça, mas sem necessariamente pedir a prisão dos
envolvidos.
Segundo
a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco (Adeppe), houve,
no Estado, de janeiro a julho deste ano, 2.178 homicídios violentos, 7.955
veículos roubados ou furtados e 971 assaltos a ônibus. Com o mote Segurança
Pública Abandonada, os delegados revelarão esses dados em outdoors espalhados
na Região Metropolitana do Recife e em cidades do interior.
A
categoria decidiu ainda ingressar, por meio da Associação dos Delegados de
Polícia do Brasil (Adepol), com um pedido de inconstitucionalidade do PJES
(Programa de Jornada Extra da Segurança Pública), a exemplo do que vai fazer o
Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol).
"Com
a não realização de Operações de Repressão Qualificada, as prisões serão mais
criteriosas. As delegacias estão sucateadas, não oferecem condições de trabalho
para nós e para a população que precisa da polícia", destacou o presidente
da Adeppe, Francisco Rodrigues. A assembleia ocorreu no auditório do Banco
Central, em Santo Amaro, área central do Recife, e reuniu cerca de 140
delegados.
RESPOSTA
A
Secretaria de Defesa Social (SDS) afirmou, por meio de nota, que a respeito da
decisão de não mais realizar as Operações de Repressão Qualificadas por parte
dos delegados, "entende que tal postura em nada auxilia as negociações e
ocasiona prejuízos a toda a sociedade, pois de forma proposital os servidores
que aderiram a tal diretriz estão deixando de desempenhar suas atribuições".
O
órgão disse também que "apesar das medidas anunciadas pelos órgãos de
classe indicar radicalização, a SDS informa que todos os canais de negociação
continuam abertos e todas as medidas tomadas até o momento observaram a mais
absoluta legalidade, como comprovou recente decisão judicial que analisou e
indeferiu pedidos de antecipação da tutela".
Fonte-DP